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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

.27 Nossa 'felicidade' liberal


Extra, extra! Eis que, no meio da era da tristeza generalizada, o nosso tão saudoso sistema traz a receita para dar um fim nos nossos calafrios!

Tais calafrios não preciso explicar o que são, preciso? Você sabe bem do que to falando, mas procura não comentar muito, pois quanto mais se fala dele, mais ele te aparece. Você quer esquecer desses calafrios que já te trouxeram noites mal dormidas e manhãs cinzentas. Que te deixaram confuso, que te deram medo.. de ter medo... de ter medo. Calafrio, doença da alma que faz marmanjo chorar e pedir o colo da mamãe de volta.
E o que fazer pra esquecer disso? O que fazer pra se auto enganar dizendo que tá tudo bem? Como se convencer de que você está no topo só porque se esforçou e se o outro ta fudido: o problema é dele! quem mandou ser vagabundo? Merece cama dura, barriga grande com verme e nada pra cagar, não é mesmo? Se puder, humilhação é bom! Um L bem grande na testa para nossos filhos saberem pra onde vai alguém que não passou no muro da nossa meritocracia arbitrária, que escolhe quem vai viver de acordo com valores insanos ditados por poucos.
Será mesmo que ele se esforçou menos que você?
Será?
Epa! Não repita mais isso. Repetir perguntas desse tipo traz de volta os calafrios.

E eis aí a forma mais bem sucedida de fuga de todas nossas indagações. Não é matar nossa humanidade nem nosso coração. Não, isso seria muita crueldade, não? A solução que os podres nos dão é exercitar o nosso dom de amar... para com (veja só!) nós mesmos! Amar só, e somente só, nós mesmos.

Viva o egoísmo destruidor e babaca.
Viva os Mongolóides fugitivos.

Vivam e vão se foder.


Feita em março de 2011. Para Joana Bronze. Ela pediu que eu criasse algo em cima da música "Mongoloid" da banda dos anos 70: Devo. Não curto o som da música, mas a letra até que tem uma mensagem bacana.