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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

- HIATUS -

 Salve, pessoal!

Esse post está para trazer uma notícia boa e uma notícia ruim. Tentarei ser o mais breve possível, pra não #xatiar a galera sem paciência, mas é BEM importante o que tenho a dizer.

A notícia BOA
Eis que, no mês passado, enquanto eu vadiava pela internet. Encontrei no site do Catraca Livre, uma chamada para ilustradores, um edital que estava chamando ilustradores para trabalhar com um quadrinho. Os caras que estavam fazendo essa chamada são da Editora Capão Redondo. Eles fizeram um projeto de História em Quadrinho (com roteiro pronto e tudo o mais), chamando o projeto de “Quebrada HQ”, no qual o quadrinho se chamará “Servo dos Servos”, que terá 6 contos diferentes, que terão como tema central as diferenças e opressões sociais.
Uma vez que o projeto tava redondinho, enviaram para o Programa de Valorização de Iniciativas Culturais (“VAI”) do governo. O projeto foi aprovado (!) e financiado, porém só faltavam 6 quadrinistas para compor o time. Daí o pessoal da Editora abriu a tal chamada para fazer uma seleção desses 6 quadrinistas.

Quando ví esse edital, já logo me envolvi! Nos últimos tempos eu tenho entrado em bastante contato com HQs e estava justamente nesse momento querendo trabalhar com isso. Os concorrentes tinham que desenhar uma página de quadrinho e enviar. Então, conforme eu havia postado no facebook, enviei (demorei umas 12 horas pra fazer a porra toda) e [TADÁAA!] fui selecionado para o time! :D
IHA IHA IHA IHA !!!!111!!!1!!! \o/

Po, tô MUITO feliz e a partir de então, temos esse projeto pra tocar. Tenho que entregar 4 páginas por semana para os caras (o que é muito, considerando que to estudando e trabalhando em outros projetos também). Até que se encerrem os roteiros e até que o lançamento ocorra em Dezembro (Aguardem!).

Mas AFINAL. Porque estou dizendo isso?
É aqui que entra a notícia ruim.
Galera, nos últimos tempos, devido a faculdade, a outros projetos e a HQ agora, ando dando muitas mancadas com camisetas. Atrasando bastante os pedidos e demorando até pra responder e-mails.

Eu queria que vocês entendessem que o “Servo dos Servos” não só esta sendo uma GRANDE oportunidade pra eu poder divulgar meu desenho, mas acontece que nele estão contidas as coisas nas quais eu acredito e que sempre quis colocar como tema das minhas artes. O tema periferia e desigualdade social.
Porra, eu poderia muito bem meter o loko, fazer um trabalho meia-boca, pegar minha grana por página (que não é lá muita coisa) e sair bonito na foto. Mas, quando se trabalha com a alma em fúria pelas ideias que se está desenhando, eu não me PERMITO dar menos do que O MEU MELHOR NESSA PORRA! Entendem?
[Desculpem a linguagem chula, mas é exatamente isso que gostaria de exprimir com esses texto. u.u]

Além disso, queria que vocês entendessem que desenhar em camisetas é um processo muito mais atravancado do que desenhar numa folha de papel. Ou seja: por ser demorado, eu percebo que eu evoluo muito menos no meu traço.

Por isso que estou escrevendo esse texto para anunciar que meu projeto com as camisetas está entrando em HIATUS, ou seja, estou dando um tempo. :/

Sei que é foda. Estou aí nessa caminhada há tantos anos! Remando contra a maré, tentando fazer a todo tempo livre que tenho, mas acontece que nesse momento da minha vida eu gostaria de dar prioridade ao Servo dos Servos e a outros tipos de ilustrações.

Não é definitivo. Pretendo voltar o mais breve possível (afinal, de contas, esse quadrinho é um único volume!), provavelmente em Dezembro eu volte a fazer camisetas. Quanto aos pedidos na fila, eu os farei, conforme combinado e prometido. Mas por enquanto eu não estarei mais recebendo pedidos de camisetas.
Quanto a este blog: eu vou continuar postando coisas nele, até com maior frequência. Já que tenho um MONTE de fotos de camisetas que não mostrei aqui. Também os manterei informados sobre o quadrinho.

Quanto a outros tipos de ilustrações: Eu estou aberto a pedidos, justamente pelo fato de ser mais prático que camisetas.

O peixe voador ta levantando voo, sem esquecer jamais de voltar com as mãos cheias.
Obrigado a todos, TODOS que sempre me apoiaram. Tamo junto, sempre.

Até a próxima,

Lucas Andrade – O Camiseteiro (em Hiatus)

Viva a mudança. :) [Para Doug, Setembro, 2011]

segunda-feira, 29 de julho de 2013

29. Razão de se camisetar

Hey hey hey!
Depois de muitos e muito meses sem postar, vou reavivar esse blog com um post que representa muito para mim. Gostaria MUITO que lesse até o final, pois é um dia especial.


    QUATRO CADERNOS

      No dia 17 desse mês, eu fiz mais uma camiseta a pedido. Mas, meus caros, não era uma camiseta qualquer, o desenho é relativamente simples, não tive que criar nada, é o desenho da Agnes, do “Meu Malvado Favorito”, quem pediu foi o Nico, um brother da faculdade que vai presentear sua namorada. O que ela tem de especial? É a camiseta de número 500!



      Quando fiz minha primeira camiseta, em 19 de Dezembro de 2009, (quando eu havia saído do meu emprego na multinacional e fui reprovado pela primeira vez nos vestibulares), eu resolvi pegar um caderno sem pauta e escrever na primeira página:
“Camiseta #1. Assunto:  Smashing Pumpkins. Preta  –  P. Para quem:  Eu mesmo.”

      A partir deste dia eu postei a foto no Orkut, disse que estava fazendo camisetas, comecei a anotá-las nesse caderno e falar com amigos e familiares que esse seria meu mais novo formato de arte (e porque não?) fonte de renda.
      Fico me perguntando como isso surgiu. Talvez porque na última semana de emprego o RH da empresa que eu trabalhava liberou umas camisetas e canetinhas para os funcionários fazerem desenhos sobre as mudanças ocorridas na empresa. Não deu outra: um monte de gente pediu pra eu desenhar suas idéias.

Doug, Fe e Eu, no meu último dia na empresa,
vestindo nossas camisetas da empresa, que desenhei.
Na minha, o garoto está se desacorrentando e indo embora com um
 lápis na mão, de chinelo. Representa minha saída da empresa para
viver da arte, fazendo meu próprio caminho.
Mas não sei se veio daí a idéia. Nessa mesma época uma pessoa muito importante pra mim tinha me dado de presente uma camiseta simples escrita “YOU DO NOT TALK ABOUT FIGHT CLUB”. Feita por ela mesma. [Na verdade ela não me deu a camiseta. Ela fez pra mim, mas esqueceu de me entregar, o tempo passou e ela acabou pegando pra ela. Hahaha]
       Mas talvez esses dois fatos só tenham surgido porque eu sempre pensei em fazer quadros. Mas meu problema é que um quadro pintado pode ser bonito, pode ornamentar uma sala e até passar uma mensagem/sensação para quem passa por aquela sala. Mas não é algo necessário e essencial para as pessoas, não tanto quanto uma camiseta!
      Além disso, as pessoas dessa cidade, acostumadas a guardarem seus sentimentos a sete chaves, poderiam dessa maneira expressarem-se, com o meu intermédio. Através de imagens. As pessoas falam pra mim a idéia e eu transformo em desenho; E essas imagens estarão (literalmente) estampadas em seus peitos durante o dia inteiro;
      É arte ambulante. Na qual o dono da camiseta participa na criação;
      É exposição de graça, já que no ônibus, na escola, no parque ou no trabalho, eu via as pessoas usarem e não cobravam para que os outros visualizassem-nas!;
      É usar suas vestes para expressar seus sentimentos e sua personalidade. E não simplesmente mostrar o tanto de dinheiro que você tem,  seus status ou sua ignorância. Aliás, cá entre nós, fico espantado em ver pessoas que usam uma uma certa marca que tem o símbolo da Ku-klux-klan em suas camisetas, sem ao menos saberem (Fato! Não vou citar aqui a marca, mas se tiver curiosidade pesquise, ou me pergunte.).
       Além disso, eu fazia questão de ser o mais acessível possível. Pois pra mim, arte é para TODOS, não só para uma minoria que se acha melhor que os outros.

      Por isso, eu comecei vendendo a R$15 (e assim ficou durante um BOM tempo). Pois eu achava (a ainda acho!) um absurdo você pagar algo mais do que isso por uma camiseta, por um desenho que pra mim foi tão prazeroso fazer. Nem sempre foi prazeroso, mas estava LONGE de parecer um trabalho enfadonho. (Sim, o preço aumentou, mas pra quem demora mais de 6 horas pra fazer uma camiseta, eu acho justo, não? :/ )
      E assim se seguiu meu romance camisetístico. Eu fazia camisetas, contava os centavos para sobreviver dos salgados de R$0,70 que eu comprava pra tapear a fome no cursinho, enquanto estudava feito louco. Já economizei dinheiro por dois meses só pra comprar uma touca. Já borrei camiseta por estar com sono, por ter virado a noite pintando, e ter que começar tudo de novo. Já borrei uma camiseta com lágrimas. Já tive que enfrentar amigos e familiares que falavam que isso não ia dar em nada e que eu tinha que correr atrás de sonhos que não eram meus. Lembro que uma vez um desavisado me disse “Po, cara! Se nada der certo você pode começar a vender essas camisetas” e mal sabia ele que realmente nada tinha dado certo e que esse era meu Plano D...
      Eu, minha convicção, e algumas poucas (porém valiosíssimas!) pessoas que, aos poucos, iam percebendo que isso é coisa séria pra mim. E foi assim, um por um. A cada novo elogio, a cada superação na técnica, a cada dia que eu percebia que pelo menos UMA pessoa ao meu redor usava uma camiseta minha. A cada novo jejum sem a vontade. Eu acreditava em algo invisível aos meus olhos. Distribuindo partes de mim a cada nova ideia de camiseta.
      Assim, fiz camisetas a pedido de quase todos os amigos e familiares, vizinhos, colegas de classe, amigos de amigos, indicações para terceiros, quartos... pessoas de várias regiões de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Norte... Pediam camisetas sobre filmes, livros, músicas, poesias, bandas...
Camiseta #1. Para mim mesmo.



      Eu acreditava, e acredito, no invisível.

     Eu já fiz pessoas quererem pagar muito mais por uma camiseta. Eu já ouvi histórias de que amigos, de tribos diferentes, identificaram outros amigos meus só porque estava usando uma camiseta minha. Eu já fiz pessoas chorarem simplesmente com um desenho numa camiseta. Além disso também já vi gente ficar dias com a mesma camiseta por ter gostado tanto! [prefiro não citar nomes! hahaha].  
      E esses, foram os relatos que chegaram até a mim, que me contaram.
      Nesse ‘algo invisível aos meus olhos’ que eu disse acima, não é de Deus que estou falando, nem de dinheiro, fama ou status. Estou falando de coisas que acontecem o tempo todo.

      Brilhos no dia-a-dia.

      E tem certos brilhos que acontecem por nossa causa. E muito provavelmente, na maioria desses brilhos, JAMAIS saberemos que fomos nós que os causamos. Pois não temos acesso a esses acontecimentos.

     Fulana se apaixonou um pouco mais por Ciclano porque ele estava usando uma camiseta? O motorista do ônibus mudou sua conduta com sua mulher depois de ter visto minha camiseta sobre os olhos? O seu João do bar passou a odiar um pouco menos sua vida miserável depois que usou uma camiseta com uma ideia sua? Será que alguém amou um pouco mais ao ver Amanda desfilar pela rua com sua camiseta sobre amor?

      Não sei.

    Só tenho acesso ao envio dessas demandas “almáticas” das pessoas. Agora, o que elas provocam?... Não sei. Não sei mesmo. Isso só fica no mundo das minhas deduções. Deduções pretensiosas que acham que assim ta melhorando o mundo, ta pagando umas contas, ta dando seu grito silencioso e sendo feliz.

       Talvez. Na falta de uma Fé sem sentido... Prefiro acreditar nisso.




        Então é isso! 
     Parabéns pra mim! Obrigado a todos que me apoiaram, podem ter certeza que eu não esqueço de vocês! E obrigado também aos que me criticaram. Claro. Doeu, doeu muito... muito mesmo. Mas peguei suas pedras e construí uma casa.
      Foram quatro cadernos cheios com as anotações de cada camiseta. Não é uma história a lá “A procura da Felicidade”. Não fiquei rico, não abri uma loja, nem uma empresa. (O máximo, e que já me deixa feliz, é ter grana pra comer na rua). Tem camisetas que já desbotaram, rasgaram, mofaram.. Mas eu sei que valeu a pena. E isso, ninguém me tira.

500 partes de mim espalhadas pelo mundo. Voldemort teria inveja!
Que venham as próximas 500.


É noiz.
Fiquem na mais absoluta Paz.

Lucas Andrade


domingo, 3 de março de 2013

.28 Mariô



Preciso voltar a postar com mais frequência nesse blog. 

Ok, aqui vem camiseta fresquinha feita hoje. Sim, domingo! É quando o camiseteiro mais atua, pois além de camiseteiro, tem que ser biólogo! :D
E segue a luta...

(Feita a pedido de Andreza Delgado - Março de 2013)
Curtiu a camiseta? Da uma olhada na música abaixo. Se curtir, também dá uma olhada nos dois álbums do Criolo. Se curtir, da uma olhada no movimento Hip-hop inteiro. É o que ando me dedicando nos últimos tempos... Numa mistura de poesia, critica, atitude e beleza pura. Coisa linda isso!
O rap é forte. O rap traz pertencimento. Sem preconceito, vai lá, clica e cola com nóis. :)




Ósculos!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

.27 Nossa 'felicidade' liberal


Extra, extra! Eis que, no meio da era da tristeza generalizada, o nosso tão saudoso sistema traz a receita para dar um fim nos nossos calafrios!

Tais calafrios não preciso explicar o que são, preciso? Você sabe bem do que to falando, mas procura não comentar muito, pois quanto mais se fala dele, mais ele te aparece. Você quer esquecer desses calafrios que já te trouxeram noites mal dormidas e manhãs cinzentas. Que te deixaram confuso, que te deram medo.. de ter medo... de ter medo. Calafrio, doença da alma que faz marmanjo chorar e pedir o colo da mamãe de volta.
E o que fazer pra esquecer disso? O que fazer pra se auto enganar dizendo que tá tudo bem? Como se convencer de que você está no topo só porque se esforçou e se o outro ta fudido: o problema é dele! quem mandou ser vagabundo? Merece cama dura, barriga grande com verme e nada pra cagar, não é mesmo? Se puder, humilhação é bom! Um L bem grande na testa para nossos filhos saberem pra onde vai alguém que não passou no muro da nossa meritocracia arbitrária, que escolhe quem vai viver de acordo com valores insanos ditados por poucos.
Será mesmo que ele se esforçou menos que você?
Será?
Epa! Não repita mais isso. Repetir perguntas desse tipo traz de volta os calafrios.

E eis aí a forma mais bem sucedida de fuga de todas nossas indagações. Não é matar nossa humanidade nem nosso coração. Não, isso seria muita crueldade, não? A solução que os podres nos dão é exercitar o nosso dom de amar... para com (veja só!) nós mesmos! Amar só, e somente só, nós mesmos.

Viva o egoísmo destruidor e babaca.
Viva os Mongolóides fugitivos.

Vivam e vão se foder.


Feita em março de 2011. Para Joana Bronze. Ela pediu que eu criasse algo em cima da música "Mongoloid" da banda dos anos 70: Devo. Não curto o som da música, mas a letra até que tem uma mensagem bacana.




quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

.26 Clarice

Bolsa feita para a Jad Alves no começo de 2012.
Canetinha pra tecido no preto e tinta para tecido (aguada).
Olha aí meu peixe voador aparecendo de novo. Nessa eu o desenhei pra apresentar o outro lado da Liberdade que ele carrega na sua imagem...
Nessa bolsa, a Jadeslãine me passou alguns dos textos da Clarice preferidos dela e eu criei a composição e desenhei.
Espero que entendam a linguagem da imagem e o significado dos símbolos.

obs: Sim, errei FEIO na perspectiva. D:

ósculos!
Lucas

domingo, 11 de novembro de 2012

.25 Roda Viva

Não adianta escrever muito. Não adianta mandar links.
Ninguém olha uma postagem se não tiver uma imagem grande com técnicas de luz/sombra, textura e composição de imagem, né?


A situação na periferia de São Paulo e Santos é a seguinte: quem tem 'cara de pobre', ta morrendo de graça.

Fui claro?

Mortos por quem? Há diversos fatores. Mas dizem sobre um carro preto que passa, atira e acelera.

(Será que escrevi tão pouco a ponto de alguém conseguir prestar atenção e levantar a bunda? Se não souber como, me procure.)

E a repressão segue..
E eu continuo lutando pra, simplesmente, chegar vivo em casa.. Para não esbarrar e ser carregado pela "Roda Viva".


Peço por Paz nas periferias. 
Sem mais.


Feita para Guilherme Mayo, fim de Outubro-2012. Bons entendedores entenderão.